Multipropriedade e oportunidades para a hotelaria

A multipropriedade é uma das novas tendências da hotelaria, onde se faz a venda fracionada de um imóvel de lazer localizado em um destino turístico. Hoje, no Brasil, são mais de 130 empreendimentos de multipropriedade! De acordo com a Revista Hotéis, o segmento cresceu 18% no ano passado em relação a 2019 e vai continuar despontando.

O modelo surgiu no país com empresas que comercializavam flats e é semelhante a outro tipo de compartilhamento de hospedagem, o timeshare, muito comum no país no final dos anos 80. 

A diferença maior entre ambos é que, com o timeshare, o usuário compra o direito de usar diárias do hotel, mas não a propriedade. Ele ganha pontos que se convertem em diárias e podem ser usados em um determinado período.

No caso da multipropriedade, o cliente compra uma fração do imóvel passando a ser dono de um quarto de hotel por algumas semanas do ano, de forma permanente enquanto for proprietário. 

Como funciona a multipropriedade?

De acordo com a lei (desde 2018, este modelo é regido pela Lei Federal 13.777), vários proprietários podem ser donos do mesmo bem e o utilizarem em parcelas de tempo determinadas, conforme contrato firmado em cartório.

A multipropriedade mais adotada no Brasil é a de venda de cotas. Quem compra essa cota adquire o direito da propriedade, onde é designada por duas referências:

• A espacial, que equivale à localização da unidade no seu aspecto físico
• A temporal, que equivale ao período do ano para efeito de ocupação e uso, seguindo um cronograma de uso compartilhado

Cada fração ou cota representa uma ou mais semanas de uso ao ano, que podem variar entre 13, 26 e 52 (número máximo), dependendo de cada projeto. Assim, os apartamentos são divididos entre várias pessoas, podendo chegar até 51 outros donos.

Mas, além disso, o proprietário ainda pode trocar seu tempo por diárias em outros resorts do mesmo grupo ou usar empresas intercambiadoras, que trocam os pontos de um resort por diárias em outras propriedades pelo mundo, se houver uma parceria.

Quais as vantagens da multipropriedade?

Para os compradores, além da redução de despesas e divisão dos custos de manutenção entre diversos proprietários, ainda há a vantagem de poder visitar diferentes destinos!

Vamos imaginar este cenário. O cliente terá direito, por exemplo, a 3 semanas em um resort gastando apenas o que ele usou naquele período. Agora imagine se esse cliente tivesse um imóvel próprio. Ele utilizaria no período de férias e o imóvel ficaria vazio durante o ano inteiro, mas precisaria arcar com as despesas anuais. Se ele tem apenas uma parcela do hotel, vai gastar apenas com essa parcela. E o melhor: o hotel fica responsável pela manutenção do espaço, sem que ele precise se preocupar em cuidar do imóvel. 

Mas os benefícios não aparecem apenas para o consumidor, como também para os empreendedores hoteleiros! O que podemos dizer é que esse modelo é mais rentável. Em vez de vender um imóvel para um cliente por um valor determinado, o hotel consegue comercializar esse mesmo imóvel para diferentes clientes, com diferentes perfis. Consequentemente, aumentando a velocidade das vendas e gerando mais receita.

Quando um cliente não quiser utilizar sua semana, o dono da fração pode alugá-la por conta própria ou disponibilizá-la para a empresa que administra o hotel.

Mas uma dica muito importante para os hotéis que querem entrar neste segmento é considerar, desde o primeiro momento, aspectos como eficiência operacional, fluxo de hóspedes, serviços e funcionários. Além disso, é preciso ter em mente que você vai precisar conquistar esses consumidores, investindo em boas atividades de lazer e ambientes atrativos, com piscinas, quadras, salas de jogos, entre outros. 

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