A alta do turismo de bem-estar

O consumidor vem acelerando a consciência do que é qualidade de vida e da importância de cuidar da saúde física, mental e emocional. Há um desejo de sair da rotina estressante e manter práticas mais saudáveis, com o propósito de cuidar melhor da alimentação, do corpo e da mente.

E essas transformações no comportamento humano passaram a se refletir também nas viagens. Estamos vendo um movimento crescente da busca por locais que ofereçam atividades de relaxamento, exercícios, meditação, massagens, gastronomia saudável, spa e cuidados com o corpo. Essa mudança, por sua vez, fortaleceu novos nichos de negócios, como é o caso do turismo de bem-estar, que está em alta no mercado.

Imagine uma viagem nas suas férias, que inicia com um café da manhã super saudável e depois segue para uma trilha rumo a uma cachoeira de águas límpidas, onde está programada uma aula de meditação. Agora pense que depois do passeio na cachoeira e de uma bela caminhada, um professor de yoga estará te esperando em uma sala com vista para o mar. Depois de todas essas tarefas relaxantes pela manhã, você vai poder, após o almoço, aproveitar um spa e serviços de acupuntura para tirar toda a tensão de uma semana intensa de trabalho. Tudo isso representa o turismo de bem-estar!

Segundo dados da Global Wellness Summit, esse segmento vem se expandindo cerca de 50% mais rápido que o mercado em geral, e já abrange 15% do segmento mundial. Estima-se que, até 2022, o mercado chegará a US$ 919 bilhões (representando 18% de todo o turismo global), com mais de um bilhão de viagens individuais em todo o mundo.

 Brasil leva vantagem no mercado de bem-estar

Esse segmento tem crescido inclusive no Brasil, até porque o território brasileiro apresenta diversas vantagens, tanto pelas belezas naturais exuberantes como pelas características diferenciadas de cada região. Muitas cidades brasileiras, por exemplo, têm águas termais e parques aquáticos, e esses locais atraem turistas que querem relaxar e curtir a natureza, ou ter um momento de lazer com a sua família. Locais que oferecem alimentação saudável e contam com especialistas em nutrição também são muito procurados.

Além da alimentação, atividades físicas são o foco desses turistas. Para isso, contar com salas de ginástica, oferecer pacotes com aulas de ioga, meditação, hidroginástica e pilates ou, até mesmo, serviços de aluguel de bicicletas, poderão atrair ainda mais esses viajantes.

 Experiências sensoriais e design são integrados ao turismo de bem-estar

Mas esteja atento também para não criar apenas serviços e se esquecer da experiência. O turista de bem-estar não quer apenas participar de aulas de yoga ou ir a um spa. Ele quer viver experiências, e o bem-estar está ligado diretamente a este fator.

Muitos hotéis têm oferecido essas experiências através de técnicas sensoriais, e sem toques, com o objetivo de aguçar os sentidos dos hóspedes. Elas têm ocorrido seja através da reflexologia atrelada à meditação e vivências que tragam uma reconexão pessoal, ou de salas de cromoterapia integradas com musicoterapia e óleos essenciais.

Além disso, os hotéis têm investido também no design e na ambientação dos seus espaços. O design está diretamente ligado ao bem-estar, porque o hóspede precisa se sentir acolhido. Sendo assim, o estabelecimento tem que ter a cara do lugar onde ele está inserido, proporcionando uma sensação de pertencimento a cada um dos clientes. É importantíssimo, por exemplo, que os hotéis explorem a regionalidade de cada local e saibam como fornecer experiências encantadoras a partir disso.

Hotéis que ficarem de fora dessa tendência estarão perdendo lucratividade, vantagem competitiva e captação de um novo público. Segundo dados do Instituto Global de Bem-estar, esse hóspede está disposto a gastar 53% a mais do que hóspedes normais. Então, vale a pena investir, não é mesmo?

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