A pandemia do Coronavírus tem trazido inúmeros desafios para a área da saúde e, entre eles, a disponibilidade de recursos e assistência de qualidade para todos que necessitam, preservando também a saúde dos profissionais responsáveis pelo cuidado dos pacientes.
Porém, em meio a tantas incertezas, uma coisa é certa: medidas preventivas, juntamente com as tecnologias, são capazes de reduzir a taxa de disseminação do vírus, permitindo que os sistemas de saúde público e privado deem melhor suporte aos pacientes mais emergenciais.
Entre as medidas preventivas que a sociedade tem tomado, as principais são hábitos diários de higiene pessoal, mudanças comportamentais e o distanciamento social. Em relação ao distanciamento social, é imprescindível que o setor da saúde faça o melhor uso possível das tecnologias visando conectar o paciente e o profissional da área médica.
Diante disso, a telemedicina se torna uma grande aliada, tanto no acompanhamento de pacientes em fase de quarentena, quanto na triagem de novos casos para definir quais estão em estágio de alerta.
Essa demanda pelo atendimento virtual em razão da pandemia tem crescido pelo mundo. Países como Taiwan, Tailândia, Japão, Coréia do Sul, Canadá e Estados Unidos já estão fazendo uso das novas tecnologias visando conter o avanço da Covid-19.
Na China, onde tudo começou, as tecnologias foram essenciais para conter a evolução do vírus. À distância, milhares de atendimentos online foram realizados para casos mais simples, que exigiam apenas descanso ou prescrição de medicamentos. Dessa forma, nos hospitais, ficavam apenas os pacientes que de fato necessitavam do apoio médico-hospitalar.
No Brasil, a falta de regulamentação sempre foi a grande barreira na utilização de ferramentas de comunicação online. De acordo com uma recente pesquisa realizada pela Associação Paulista de Medicina, com 2.258 médicos brasileiros, 43% deles relataram que o atendimento a pacientes por meio da telemedicina e dos atendimentos à distância não acontecem com frequência. Mas com a pandemia do novo Coronavírus, este cenário mudou.
Diante do aumento de casos e do risco de superlotação e exposição ao vírus, o Ministério da Saúde liberou na última 2ª feira, dia 23 de março, o uso da telemedicina para atendimentos durante a pandemia da Covid-19.
As atividades à distância incluem atendimento pré-clínico, assistencial, consultas, monitoramentos e diagnósticos, e estão liberados para serem usados nas redes SUS, suplementar e privada. O atendimento digital deve ser realizado diretamente entre médico e paciente, e os profissionais que participarem desse atendimento devem registrar as informações em um prontuário eletrônico.
Em nota divulgada pela Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), “a aplicação da telemedicina, por meio da teletriagem, teleconsulta, teleinterconsulta, telediagnóstico e telemonitoramento, contribui de forma significativa para a realização da assistência médica sem a exposição de todos os envolvidos ao risco de contágio.”
O Conselho Federal de Medicina reconheceu a efetividade da telemedicina como caráter emergencial. No documento, foram reconhecidas as seguintes práticas:
Dessa forma, os médicos podem orientar e encaminhar pacientes em isolamento, monitorando à distância a saúde de cada um deles.
O telemonitoramento irá auxiliar a assistência à saúde permitindo o monitoramento de leitos de UTI à distância por equipes multidisciplinares, e um menor contato direto do profissional com o paciente, já que sinais vitais e dados do paciente são automaticamente inseridos no prontuário eletrônico.
Com os dados dos pacientes, médicos podem trocar informações e opiniões entre si, oferecendo auxílio diagnóstico ou terapêutico. Dessa maneira, os profissionais são capazes de ajudar remotamente na condução de casos complexos, vencendo as barreiras geográficas e sociais dentro do Brasil.
Sendo assim, temos agora a telemedicina como uma importante aliada na assistência à saúde de milhares de brasileiros, evitando a aglomerações em hospitais e uma maior disseminação do vírus.
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