Estudo aponta as tecnologias de Inteligência Artificial que serão utilizadas na educação até 2030

Estamos vivendo um momento de transformações e mudanças significativas e isso tem sido observado em diferentes segmentos, em especial no ambiente escolar.

O novo normal fez com que as instituições educacionais passassem a adotar rapidamente ferramentas tecnológicas no ensino e investissem em aulas online. Portanto, a aplicação de novas tecnologias na área da educação será cada vez mais percebida no pós-crise, principalmente com o uso da Inteligência Artificial, grande tendência para os próximos anos.

No setor educacional, a IA será muito utilizada no desenvolvimento de um perfil mais detalhado dos alunos e na adaptação do ensino personalizado a cada um dos estudantes. Com isso, o compartilhamento das informações se tornará muito mais assertivo para o professor e o aluno passará a absorver o conteúdo de forma mais rápida e eficaz.

Porém, isso só será possível se as escolas abraçarem essas novas tecnologias e desenvolverem metodologias que favoreçam o desenvolvimento de conhecimentos e competências para os estudantes.

Mas quais seriam essas tecnologias e o que elas estão trazendo de benefício real para o ensino não só do Brasil, mas do mundo? Um estudo realizado pelo SESI e SENAI aponta as principais tecnologias baseadas em Inteligência Artificial que serão usadas nos próximos anos e o que elas trarão de positivo para o setor da educação.

Sistema tutores inteligentes, processamento de língua natural e Learning Analytics são algumas das tendência da IA na eduação

De acordo com o estudo, uma das principais apostas é a expansão do uso de sistemas tutores inteligentes para ensino personalizado, através do modelo afetivo e cognitivo do aluno.

Esses tutores inteligentes recebem informações sobre os estudantes (dificuldades, dúvidas, perfil, interesses, desempenho etc.) e, através dessas informações, conseguem saber se o aluno adquiriu conhecimento sobre o tema, quais as principais dificuldades ou quais os assuntos ele ainda não tem conhecimento aprofundado.

Com a escola tendo acesso a essas informações, é mais fácil decidir qual a melhor estratégia pedagógica a ser utilizada para cada estudante. De acordo com os dados da pesquisa, os tutores inteligentes serão adotados por entre 11% e 30% das escolas brasileiras até 2022, podendo chegar a 50% em 2030.

Outra tendência será o uso contínuo do Processamento de Língua Natural (PLN) para tradução simultânea de voz (em tempo real) e para textos. O PLN vai contribuir cada vez mais para o intercâmbio entre alunos de nacionalidades diferentes. Um professor na Alemanha, por exemplo, poderá dar uma aula para alunos brasileiros que não têm conhecimento da língua. Graças à tradução automática do PLN, eles poderão ouvir a aula ao vivo em português.

O levantamento também prevê que a robótica educacional estará mais presente no sistema educacional, com o objetivo de ajudar na análise de textos e voz, e a detectar emoções através da expressão facial dos alunos. Outra ferramenta que também será usada com o intuito de reconhecer os aspectos emocionais é a visão computacional.

Além disso, uma outra aposta nesse período é o Learning Analytics. Essa ferramenta será usada para interpretar uma grande quantidade de dados produzidos pelos estudantes. Com isso, será possível avaliar o progresso acadêmico, prever o desempenho e detectar possíveis problemas no aprendizado. Será possível observar os pontos de maior dificuldade de compreensão do conteúdo ou até mesmo a tendência para o abandono.

Estes sistemas de IA e de Learning Analytics, em particular, buscam analisar o desempenho do aluno de acordo com as estratégias pedagógicas, o estilo de aprendizagem e o estado emocional do estudante. As informações são utilizadas para fornecer avisos e sugestões que possam melhorar o desempenho da aprendizagem.

Jogos, óculos inteligentes e fones de ouvido wireless são tecnologias emergentes até 2030

Até 2030, a previsão é do contínuo desenvolvimento de ferramentas que consigam avaliar e desenvolver as emoções dos estudantes. O estudo aponta para a utilização de óculos inteligentes. Através de um pequeno display, eles são capazes de mostrar informações ao usuário e interpretar comandos de voz via linguagem natural. Os óculos poderão ser muito úteis para a leitura de textos em diferentes idiomas.

Além dos óculos, será feito uso de fones de ouvido wireless, com o intuito de permitir a comunicação de pessoas que não falam a mesma língua. Os fones são capazes de captar o que é falado por uma pessoa, traduzir instantaneamente e informar à outra pessoa o que foi dito.

Ainda nesse período, haverá a evolução dos jogos sérios, técnica que, através da Realidade Virtual, utiliza características clássicas dos games como pontuações, premiações e níveis para manter o aluno interessado e concentrado. É possível por meio da RV simular visitas a espaços (edifícios, museus etc.) ou criar um personagem (avatar que represente o usuário).

E sobre tecnologias que estavam continuarão se desenvolvendo ao longo dos anos temos como exemplo o Processamento de Língua Natural, com a tradução simultânea de voz e texto, podendo futuramente ser integrado aos óculos e fones de ouvido.

A IA beneficia não só o aprendizado, como também a gestão educacional

A IA aplicada à educação tem o potencial de facilitar o processo de aprendizagem on-line por meio da personalização do ensino.

Imagine só a enorme quantidade de dados que são gerados em uma plataforma educacional acessada por milhares de alunos. Para extrair as informações relevantes dessa infinidade de dados, é preciso usar ferramentas tecnológicas, como é o caso da IA.

Pelo fato de a inteligência artificial ser capaz de coletar, cruzar, e interpretar um grande volume de dados, ela consegue analisar o desempenho dos estudantes e identificar os conteúdos que eles dominam ou os gaps que eles possuem no aprendizado.

Com essas informações, as plataformas não só podem se adaptar às necessidades dos estudantes, como também ajudar o professor a entender o comportamento de cada um deles, reduzindo as dificuldades encontradas no processo de ensino.

Além disso, não só o professor e os alunos são beneficiados, como também os gestores e coordenadores escolares.

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