A Indústria 4.0 tem provocado uma transformação profunda nas fábricas, impactando positivamente o processo produtivo, os custos e a customização da produção, através da digitalização das máquinas e dos processos industriais.
A 4ª Revolução Industrial é uma realidade em diversos países, principalmente nos desenvolvidos ou nos que investem fortemente em inovações tecnológicas. Tecnologias como IA, Big Data, IoT, robótica, sistemas virtuais, Cloud Computing, realidade aumentada, ERP, Blockchain e nanotecnologia vêm sendo testadas e utilizadas em todo o mundo.
Todas são implementadas com o intuito de: aumentar a produtividade, melhorar o desempenho e a eficiência, reduzir desperdícios, agilizar a tomada de decisão e diminuir riscos e falhas.
A detecção de falhas e a diminuição dos riscos é um diferencial da Indústria 4.0. É feito um acompanhamento em tempo real das fases industriais e os processos são registrados em todas as etapas. Dessa forma, é possível rastrear alterações que possam ocorrer e monitorar remotamente os processos.
Alertas e notificações, por exemplo, podem ser configurados para acompanhar as produções, antecipando problemas, riscos ou falhas. Sendo assim, a transparência é uma marca registrada da Indústria 4.0.
No Brasil, infelizmente, estas iniciativas ainda estão bem atrás do mercado mundial. De acordo com dados da CNI, o total de empresas no país que faz uso dessas tecnologias corresponde a apenas 2%.
Segundo especialistas, as indústrias brasileiras ainda estão se aproximando da Indústria 3.0. Apesar de muitas delas já estarem investindo na automatização dos seus processos, a maioria ainda não conta com processos integrados que garantam uma produção personalizada ou produtos inovadores.
De acordo com dados do Índice Global de Inovação – que avalia os critérios de performance nos países – o Brasil ocupa atualmente a 69ª colocação no ranking de inovação.
Se o sistema industrial estiver conectado e realizando o monitoramento, é possível programar alertas, assistir às máquinas antes que os erros aconteçam, fazer análises em tempo real e identificar falhas rapidamente. A captura, a produção e a análise de dados geram maior eficiência e agilidade nas tomadas de decisão.
Essa tecnologia possibilita desenvolver um modelo digital idêntico a um produto físico, simulando cada etapa da produção. Dessa forma, não será preciso gastar com protótipos ou interromper os processos para realização de testes.
A simulação digital permite também, através de constantes testes, prever possíveis erros, identificando os problemas de cada fase. Isso gera mais rapidez nas operações, maior produtividade e menos custos para as fábricas.
As fábricas podem atingir ganhos de 40% em sua produção com a utilização da tecnologia 3D. Por isso, as impressoras são responsáveis por reduzir custos, falhas e o tempo médio na reprodução de cada peça. Elas são utilizadas, exemplo, para produzir itens que não são mais fabricados ou para evitar gastos com a compra de peças raras. Infelizmente no Brasil, o uso das impressoras 3D ainda é fraco.
Estão surgindo nas indústrias robôs menores que realizam tarefas e que trabalham em conjunto com as pessoas. Com essa tecnologia, é possível unir a sensibilidade e a versatilidade dos humanos com a agilidade e a precisão dos robôs. Isso permite uma produção mais ágil, com menos erros e falhas e maior segurança aos colaboradores.
Para que a indústria brasileira chegue no nível competitivo de países desenvolvidos, é necessário pelo menos uma década de esforço contínuo. Para alcançar, por exemplo, a Alemanha, em relação ao seu desenvolvimento robótico atual, precisaríamos instalar cerca de 165 mil robôs industriais nas fábricas, de uma vez só.
Apesar do panorama geral, temos alguns exemplos de sucesso. Podemos citar, por exemplo, iniciativas como as da Ambev e da Volkswagen, que têm investido em projetos que adaptam esse novo conceito tecnológico.
A Ambev desenvolveu um sistema de automação para aprimorar o processo de resfriamento das suas cervejas e reduzir as variações de temperatura e o desperdício de energia. Na Volkswagen Brasil, os produtos são simulados em um ambiente 3D. Com isso, a empresa têm conseguido agilizar os seus processos e reduzir o tempo de produção.
As operações brasileiras que acompanharem a 4ª Revolução Industrial conseguirão vencer o gap de produtividade em relação aos competidores internacionais e se manterem competitivas no mercado.
É importante que as empresas invistam em automação e compreendam o que estrutura uma empresa inteligente. Assim, elas poderão escalar a sua produção industrial e manter a competitividade.
Da mesma forma que se espera cada vez mais digitalização e automação, os colaboradores também precisarão desenvolver habilidades para poderem utilizar as novas plataformas e ferramentas.
Será essencial a capacitação intensiva de gestores, engenheiros, analistas de sistemas e técnicos. Homem e máquina deverão estar integrados no trabalho lado a lado, tornando o processo cada vez mais produtivo e eficiente.
Para isso, sua empresa deve estar totalmente focada na atividade fim e investir o tempo e o recurso necessários nas novas tecnologias que tornarão as produções mais eficazes.
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